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Treinamento de Força no Programa de Ginástica Laboral


Força muscular é a força ou tensão que um músculo ou, mais corretamente, um grupo muscular consegue exercer contra uma resistência, em um esforço máximo (FOX, 1991 p.113). Segundo Bompa (2002, p.332), a definição de força consiste “na capacidade neuromuscular de superar uma resistência externa e interna”. Brooks (2000, p.143) define força como a capacidade do músculo de mostrar força em uma determinada velocidade de movimento.


No que diz respeito às contrações musculares, existem basicamente quatro tipos, a saber:

þ Contração isotônica - também pode ser denominada de contração concêntrica ou dinâmica, é a contração que produz o mesmo grau de tensão durante o encurtamento, ao superar uma resistência constante;

þ Contração isométrica ou estática – é a tensão gerada por um músculo sem que haja mudança no seu comprimento;

þ Contração excêntrica – refere-se ao alongamento de um músculo durante a contração, ou seja, durante o desenvolvimento da tensão ativa.

þ Contração isocinética – corresponde à tensão desenvolvida pelo músculo ao encurtar-se com velocidade (cinética) constante (isso) é máxima em todos os ângulos articulares durante toda a amplitude de movimento.

3.2.1 Resistência Muscular Localizada (RML)

Resistência muscular como a capacidade do músculo de persistir em atividade física ou resistir à fadiga muscular (Bkooks, 2000 p.144). Tanto a força quanto à resistência muscular são importantes para a saúde e o bem-estar das pessoas.

Segundo Sharkley (1998 apud LIMA 2003, p.67), a resistência muscular é essencial para o sucesso em muitas atividades profissionais e atléticas. Uma vez que se tem força para desempenhar uma tarefa repetitiva, a melhora adicional dependerá da resistência muscular e da capacidade funcional do indivíduo.


Programa de Desenvolvimento da Resistência Muscular Localizada X Alongamento.

A aptidão muscular é desenvolvida quando há uma sobrecarga nos músculos, se for aplicado de forma progressiva e sensata, o sistema neuromuscular, se adaptará positivamente para cada exigência (Brooks, 2000).

O condicionamento de força e RML tradicional é o trabalho anaeróbico que dura mais ou menos 30-90 segundos e causa fadiga aos músculos exercitados (Brooks, 2000), de acordo com Wilmore e Costill (1994), programas de treinamento de força corretamente projetados produzirão ganhos significativos na força, de 25-100% de melhora ou mais, dentro de um período de 3-6 meses.

De acordo com Lima (2003) deve ser feita uma avaliação prévia das tarefas realizadas pelo indivíduo, pois em casos de movimentos que já exijam muita contração isométrica, durante o aquecimento e pausa ativa, aquecimento e pausa ativos.

A intensidade e o volume apresentam uma relação direta com o treinamento de força. Alguns princípios utilizados para se treinar força, não diferem dos utilizados no treinamento desportivo, tais como o princípio da individualidade biológica, especificidade, sobrecarga, entre outras.

Os exercícios resistidos ou exercícios com peso existem risco de lesão como em qualquer outra atividade física, segundo Fleck (1999) a chance de lesão durante a execução de um treinamento de força é muito pequena.

O trabalho de força feito conjuntamente com um trabalho de flexibilidade e de técnica de movimento apresentou influência positiva em alguns exercícios ginásticos de atletas femininas, porém ainda é preciso fazer estudos longitudinais (FATORI, 2001).

Estudos realizados por TRASH & KELLY apud FLECK & KRAEMER (1999) foram conclusivos no sentido de que um programa de treinamento com pesos para desenvolver a força muscular não prejudica a flexibilidade. Ao contrário, o alongamento pode até aumentar a amplitude de determinados movimentos, considerando que a flexibilidade não é uma condição geral, mas sim específica de cada articulação.

Uma musculatura que apresenta um bom alongamento (extensibilidade) tem potencializado o seu transporte de fluidos e sua capacidade mecânica de realizar contrações, permitindo um aproveitamento mais econômico da energia. Desse modo a musculatura passa a ser mais resistente às lesões, comprovando assim a importância dessa capacidade motora no campo do desempenho físico (RODRIGUES & CARNAVAL, 1985).

Os materiais são sempre grandes aliados não só para a motivação como também para o desenvolvimento da força, e devem ser utilizados de acordo com o objetivo da aula.

Os exercícios podem ser utilizados para diferenciar as aulas, sendo possível desenvolver uma resistência considerável em pequenos músculos, como flexores dos dedos, flexores e extensores do punho estimulando a capacidade funcional do indivíduo afirma Lima (2003).

Os exercícios de alongamento podem ser feitos durante o treinamento de força, como intermédio entre um exercício e outro, conforme a sua necessidade do grupo, e as características de cada setor.

São de conhecimento que a força e flexibilidade diminuídas são as maiores limitações para a vida diária.

3.3 Algumas análises sobre o treinamento de força na Ginástica Laboral

Diante do que foi observado até o presente momento percebeu-se que a GL traz muitos benefícios tanto para as empresas como para os trabalhadores, e a inclusão de uma nova metodologia, o treinamento de Força nas aulas de GL, pode proporcionar ganhos significativos de força em membros superiores aos funcionários do setor Administrativo. Souza (2005) afirma que a falta de atividade física é uma das principais formas de risco à saúde do homem, trazendo consequências gravíssimas no ambiente de trabalho.

Segundo Carvalho e Borges (2001) o alongamento feito antes do treinamento de força, juntamente com o aquecimento, prepara o corpo para qualquer atividade em seguida, podendo prevenir lesões, tanto musculares como articulares. No entanto, o treinamento de flexibilidade excessivo, realizado antes do treinamento de força máxima e de resistência, pode causar uma diminuição da força, prejudicando o treinamento.

Baseado na concepção de que o treinamento de força pode auxiliar no ganho de flexibilidade, Cortes et al (2001), afirma que um programa de treinamento com pesos para desenvolver força muscular não prejudica a flexibilidade e pode até aumentar a amplitude de determinados movimentos, porém Achour Jr. (2002) diz que um treinamento excessivo de força pode afetar negativamente os níveis de flexibilidade, como também um treino excessivo de flexibilidade pode afetar negativamente os níveis de força.

Os exercícios de alongamento não precisam perdurar muito tempo, quando tem como objetivo o treinamento de força, pois podem causar uma fadiga muscular excessiva, prejudicando o treinamento principal. Nesse sentido, uma melhora dos níveis de flexibilidade sobre o treinamento de força requer atenção sobre alguns erros comuns, tais como: técnica indevida nos exercícios de alongamento; carência de exercícios de alongamento compensatórios após os exercícios físicos; excesso de força e insuficiência de flexibilidade ou fraqueza com muita flexibilidade; dispensa de aquecimento antes do treinamento e retorno ao treinamento antes da cura total de uma lesão, esse é um ponto muito importante a ser analisado, pois o absenteísmo provocado pelo alto índice de LER e DORTs, requer do profissional responsável pelo programa de GL, uma atenção e sensibilidade especial, para identificar o estágio e o grau de lesão em que se encontra o funcionário, para que dessa forma o treinamento de força tenha resultados positivos e não negativos.

Carvalho e Borges (2001) afirmam que os exercícios de alongamento também podem ser feitos durante o treinamento de força, como intermédio entre um exercício e outro, conforme a necessidade do grupo.

O programa de treinamento de força nas aulas de GL deve ser incluído de acordo com as características individuais e as necessidades do grupo, havendo uma padronização geral de ordem, sequência, materiais e exercícios a serem desenvolvidos.


Texto Prof. Me Daniely Vieira

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